Preço do leite estável na média Brasil em março

15/04/2009

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o valor médio nacional do litro do leite pago ao produtor obteve leve aumento em março. Ponderando a média entre os sete estados pesquisados (RS, SC, PA, SP, BA, GO e MG), o aumento foi de R$ 0,01, variação de 1,78%, frente ao mês anterior.

O pequeno aumento interrompe uma sequência de queda e gera expectativas sobre a dinâmica do preço do leite. A pesquisa realizada pelo Cepea apura também as projeções das empresas consultadas, concluindo que 48,8% dos representantes de laticínios acreditam em estabilidade, enquanto 45,3% estimam novos aumentos. “Está ocorrendo um sinal claro de potencial estabilidade nos preços para o produtor e a expectativa é que a partir de maio ocorra alguma reação, ainda que lenta”, afirma o presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado de Minas Gerais (Silemg), Alessandro Carvalho.

Sobre o mercado de derivados em São Paulo, de janeiro para fevereiro, a pesquisa revela que no mercado atacadista o aumento médio foi de 1,7%, e no acumulado do ano, de 1,6%. O leite UHT e o leite em pó, produtos que possuem maior relação com o preço ao produtor, apresentaram relação de troca de 2,2 e 14,1, respectivamente.

O índice de Captação de Leite (ICAP-L) do Cepea analisa que, em fevereiro, a variação foi 2,8% menor do que em janeiro. Se comparado ao mesmo mês de 2008, o recuo é de 8,6%, o que sinaliza uma falta de estímulo na produção. Minas Gerais e Goiás protagonizaram as maiores quedas, 3,4% e 3,94%, respectivamente.

Quando a produção de derivados lácteos no Brasil utiliza leite oriundo de países exportadores, como a Argentina, a concorrência torna-se quase desleal. O preço praticado pelo regime especial do Mercosul é abaixo do utilizado no país, o que gera a impossibilidade de alta significativa ao produtor. . "Se este cenário permanecer, o segmento não vai ter capital para aumentar o valor pago pelo litro ao produtor, podendo afetar a produção", alertou o presidente do Silemg.

Fonte:Portal Leite e Negócios