Preço do leite sobe 7,4% em apenas 15 dias

21/05/2009 13:00

 

RENATO FONSECA 
 
O período de entressafra para os produtores de leite mal começou, mas já provoca impacto no bolso do consumidor. A trajetória de queda no volume de produção, aliada à redução da oferta, fez o preço médio do produto disparar. Em apenas 15 dias, o leite, em Belo Horizonte, passou de R$ 1,89 para R$ 2,03, uma alta de 7,4%. Em alguns supermercados da capital, o preço do tipo Longa Vida Integral é encontrado a R$ 2,18. Os derivados, como queijo, manteiga e requeijão, também acompanharam a alta. A tendência é de que, pelo menos até julho, as altas devam continuar. Na outra ponta da cadeia produtiva, os produtores começam a dar adeus ao tempo das vacas magras, já que, no campo, o valor pago pelo alimento registrou, em abril, a terceira alta consecutiva. Na comparação com o início do ano, a disparada de preços é ainda maior. Dados da Secretaria Municipal de Abastecimento (Smab) mostram que o preço médio pago pelo consumidor pelo leite em 8 de janeiro foi R$ 1,64, cerca de 23% menor se comparado aos R$ 2,03 apurado no dia 13 de maio. Em outro levantamento, feito pelo site de pesquisas Mercado Mineiro, nos meses de janeiro, abril e maio, é possível perceber que os preços aumentaram até 36%, como no caso do litro do leite da marca Batavo, que tinha o preço médio de R$ 1,59 e, atualmente, está em R$ 2,17. Outro aumento significativo foi observado no leite integral Cemil de 1litro, que custava em média R$ 1,70 no dia 15 de abril e, agora, custa R$ 2,08, uma alta de 22,35%. No caso dos derivados, o requeijão Cotochés de 250 gramas teve um aumento de 8,22%, saltando de um preço médio de R$ 3,04 para R$ 3,29. A saída para o consumidor acaba sendo a pesquisa de preços entre os estabelecimentos, já que a diferença entre as lojas também persiste. Para a telefonista Maria Aparecida Diniz, o orçamento domestico está sendo gravemente sacrificado, uma vez que este é produto essencial. “Não posso ficar sem o leite. Alias, nem eu e nem a grande maioria das pessoas. Por isso mesmo, este aumento é abusivo e lesa a todos”, protestou Maria Aparecida. Minas Gerais é o maior estado produtor de leite do país, com 7,6 bilhões de litros captados no ano passado. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em abril, o produtor mineiro passou a receber o maior reajuste do país, de 2,8 centavos por litro, o que elevou o preço médio do produto para R$ 0,63. “Ainda é pouco, pois, pelos nossos cálculos, o produtor tem um custo acima dos R$ 0,70”, revela o presidente da Comissão Técnica de Leite da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Eduardo Dessimoni. De novembro a fevereiro, devido ao grande volume do alimento produzido no país, o preço despencou na produção, chegando a custar em Minas Gerais R$ 0,59. “O preço no varejo está em alta há alguns meses. E somente agora o produtor começa a se recuperar. Nós estamos vivendo uma época em que a produção está escassa e já iniciamos o período da entressafra. Sendo assim, a expectativa é de que os preços continuem a subir até julho e se mantenham estáveis posteriormente”, acrescentou Eduardo Dessimoni. Otimista, o produtor rural Cláudio Ivan Paris acredita que o tempo das vacas magras vai acabar e já fala em recuperação da produção. “Atualmente, estamos produzindo 650 litros por dia e esperamos voltar ao mesmo patamar do início do ano passado, quando nossa produção girava em torno dos 900 litros”. Fonte: Hoje em Dia
 

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